31 ago
FOTOGRAFIA
Ver fotografia
é como pôr os dedos no tempo,
sem saber ao certo
Onde irão tocar.
(Recife, 31 de julho de 2015).
–
–
CAFÉ
O café se dobrou
por sonhos e palavras
escurecidos pelo tempo.
–
Como a terra após a chuva
regada pelas mãos suaves
de ventos úmidos.
–
Gostaria de te beber calmamente,
Esperança de outrora,
com a intimidade d´um canto
Bravo ao redor de um rio silencioso.
–
Mas fico estonteado,
com o tanto em que teu negro se cobre
de alusões e de prantos
e que de repente se abre
num véu de noiva
segurado pelas nuvens.
–
Não sei se irei te passar.
Não sei.
Entretanto, posso dizer
que, com teu sorriso,
demos as mãos
na hora da borra do café.
(Recife, 27 de julho de 2015).
–
–
UM LUGAR NO MUNDO
Um lugar no Mundo,
aonde possamos ir
sem nos ferir.
–
Um círculo
onde estejamos
dentro.
–
Mas, em vez de ir muito longe,
para não nos frustrarmos
sem nos entendermos
vamos ficar hoje.
–
Aqui.
–
Sem regras, sem sonhos,
onde a água molhe nossas sombras
onde possamos pendurar nossos cordéis
sem ficarem muito pesados.
–
Esqueçamos ser fiéis:
ao mundo, o amor;
a nós, o clamor
de quem procura aonde ir.
(Recife, 14 de junho de 2015).
–
–
UM LUGAR NO MUNDO
Em nossas conversas,
procuro um lugar.
–
Onde nossas mãos possam tocar
sem se ferir
sem dizer adeus
–
Mas, nesta manhã chuvosa,
as águas insistem em molhar
os pequenos cordéis
pendurados como sonhos
que escapam ao amanhecer.
–
Para onde vai nossa história?
Descanso meu rosto no teu,
ao avesso.
–
Face que só o amor pode abrir.
(Recife, 13 de junho de 2015)
–
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